Arranjo

Conforme definição da Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística, o arranjo arquivístico se refere aos processos intelectuais e físicos e os resultados da análise e organização de documentos de acordo com princípios arquivísticos. Em outras palavras, representa a forma como foi empreendida a organização dos documentos que compõe um fundo.

A descrição arquivística, de acordo com as bases teóricas que subsidiaram a elaboração da ISAD(G) e da Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE), deve ser realizada de forma multinível, com o objetivo de representar o contexto e a estrutura hierárquica do fundo de arquivo e suas partes (as suas divisões internas). Assim, as normas definem níveis de descrição para representar o contexto hierárquico dos documentos arquivísticos.

No arranjo construído na UFPA, se tomou como base a estrutura da NOBRADE com ajustes de nomenclatura e inserções de níveis de descrição que foram necessários para realizar a representação hierárquica, do geral para o específico, respeitando a estrutura dos instrumentos de classificação, conforme a Figura 1.


Figura 1 – Níveis de Descrição no Arranjo do Fundo UFPA, adaptado da NOBRADE.

Fonte: Arquivo Central, 2023.

É necessário explicar ao pesquisador que a preferência pelas nomenclaturas apresentadas nos níveis 3, 3.5, 4 e 4.5, se deu por serem as mesmas existentes no Código de Classificação de Documentos das Atividades Meio da Administração Pública Federal do Poder Executivo, e que é seguida também para o Código de Classificação de Documentos das Atividades Fim das Instituições Federais de Ensino Superior.

Quanto à inserção dos níveis 5 e 5.5, foi necessária para representar a hierarquia de alguns códigos de classificação que não seriam alcançados pelos níveis oficiais da NOBRADE, como no exemplo apresentado na Figura 2.


Figura 2 - Exemplo da aplicação dos níveis de descrição no fundo UFPA

Fonte: Arquivo Central, 2023.

Assim, são 7 os níveis de descrição do arranjo construído para o fundo UFPA, porém, como eles estão baseados na estrutura organizacional e nos códigos de classificação já mencionados, haverá casos em que alguns níveis não serão contemplados, a depender da complexidade organizacional das seções e dos códigos em que estão classificados os documentos.

Por fim, salienta-se que o sistema de arranjo apresentado é de uso exclusivo para o contexto dos conjuntos documentais do fundo UFPA.

Glossário

Acervo da Entidade Custodiadora

Acervo da entidade responsável pela custódia e acesso ao mesmo.

Acervo da Subunidade Custodiadora

Acervo de uma subunidade da entidade custodiadora, responsável pela custódia e acesso ao mesmo.

Coleção

Conjunto de documentos com características comuns, reunidos intencionalmente.

Dossiê

Unidade de arquivamento constituída de documentos relacionados entre si por assunto.

Fundo

Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a um arquivo.

Item documental

Documento que compõe dossiê ou processo.

Processo

Unidade de arquivamento constituída de documentos oficialmente reunidos no decurso de uma ação administrativa.

Seção

Subdivisão da estrutura hierarquizada de organização que corresponde a uma primeira fração lógica do fundo ou coleção, em geral reunindo documentos produzidos e acumulados por unidade(s) administrativa(s) com competências específicas, também chamada grupo ou subfundo.

Série

Subdivisão da estrutura hierarquizada de organização de um fundo ou coleção que corresponde a uma sequência de documentos relativos à mesma função, atividade, tipo documental ou assunto.

Subseção

Subdivisão da seção.

Subsérie

Subdivisão da série.

BRASIL. Arquivo Nacional. Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Dicionário Brasileira de Terminologia Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. 232 p. (85-7009-075-7). Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/dicionrio_de_terminologia_arquivistica.pdf. Acesso em: 29 maio 2024.